Percursos pedagógicos cocriados por jovens apoiam o debate político na escola
Baixe material gratuito lançado pela ONG Ashoka e potencialize a participação estudantil na escola e na comunidade
A recente campanha para que jovens se registrassem para votar pela primeira vez deu resultado e a corrida eleitoral de outubro ganhou 1,5 milhão de eleitores entre 16 e 18 anos. Diferentes setores da sociedade agora se perguntam como atender a essa vontade. Uma coisa é certa: o caminho para iniciar esse debate passa pela escola.
Para apoiar nessa tarefa, a ONG (Organização Não Governamental) Ashoka lançou um conjunto de percursos pedagógicos desenhados por e para jovens levarem o debate político para as escolas. “Essa é uma iniciativa que pega carona no movimento político e eleitoral e também está conectada a movimentos de agentes de transformação que tem o jovem na liderança desse processo, com participação ativa nas escolas”, diz Andrea Margit, coordenadora da Ashoka para a América Latina.
Em uma página especial, estão reunidos até agora quatro temas, como preparação do espaço escolar para os debates, primeiro voto, acesso ao ensino superior e sustentabilidade. Os percursos começam incentivando jovens a se perceberem como agentes de mudança e auxiliam na identificação dos temas mais relevantes para a comunidade escolar.
Cada um deles também está dividido em cinco etapas: ponto de partida, obstáculos, colaboração, pontes e debates propriamente ditos. Ao percorrê-los, jovens entendem melhor o contexto nos quais estão inseridos, mapeiam as dificuldades e trabalham para engajar todo o público envolvido para gerar soluções em conjunto.
O material foi desenvolvido para ser levado ao ambiente escolar pelos próprios alunos ou também por educadores. Se comportamentos radicais silenciaram manifestações políticas, o conjunto de roteiros pode ser o elo para construir espaços, momentos de conversa e troca de ideias sobre pautas de interesse da comunidade escolar.
Dentro da escola, os percursos querem fomentar uma participação institucional efetiva, por meio de grêmios ou coletivos de jovens, que pode melhorar a tomada de decisões e a divisão de responsabilidades sobre convívio e aprendizagens.
“Nosso objetivo é fazer um processo iterativo, com coletivos jovens. O primeiro que nos ajudou foi o Encrespados, formado por jovens periféricos, que trabalham com educação antirracista e se predispuseram a escrever roteiros para jovens que queiram promover um debate político”, afirma a coordenadora da Ashoka.
Além do Encrespados, também participam da produção de roteiros Folhas que Salvam, Projeto Equidade e Levanta Jovem. Até o final deste primeiro semestre devem ser publicados ao todo 10 roteiros, com temas que atravessam as juventudes, como equidade, trabalho e renda, sustentabilidade, mobilidade, habitação, arte, segurança e saúde. Depois disso, a Ashoka segue trabalhando com os coletivos jovens envolvidos para produzir novos percursos que reflitam as demandas estudantes.
Além disso, o material vai mostrar ao jovem como sua participação pode ir além da escola, tanto por meio de projetos de lei com participação popular, quanto por meio de incidência política para pautar temas de seus interesses em casas legislativas.
Em comum, os percursos trazem cinco etapas: ponto de partida, obstáculos, colaboração, pontes e debates propriamente ditos. Ao percorrê-los, jovens entendem melhor os desafios locais, mapeiam as dificuldades e trabalham para engajar todo o público envolvido a fim de gerar soluções em conjunto.
A iniciativa faz parte do movimento #ReviravoltaDaEscola, no qual organizações de referência em educação e protagonismo jovem apoiam projetos de recriação da escola no pós-pandemia. Pelo e-mail brasil@ashoka.org, estudantes ou escolas podem tirar dúvidas sobre como adotar a série de percursos pedagógicos.
Quem deseja explorar o tema da cultura democrática na educação também pode acessar Guia Participação dos Estudantes na Escola.
Fonte: Portal Porvir - Redação