Crianças confiam mais em robôs do que em humanos, diz estudo
A pesquisa foi realizada por cientistas da Suécia e da Alemanha; experimento foi feito com 118 meninos e meninas.
A disputa homem x máquina virou um dos esportes favoritos dos cientistas – e dos profissionais de Robótica. E, como era de se esperar, a gente perde quase sempre.
No ano passado, um rapaz coreano conseguiu resolver um cubo mágico em inacreditáveis 3 segundos! Eu não consegui resolver um em 35 anos e ele fez em 3 segundos! Aí chega 2024 e um robô da Mitsubishi resolveu em menos de 1 segundo…
Acabo de descobrir que os robôs também nos venceram em outro aspecto: eles soam mais confiáveis para as crianças. Pelo menos isso é o que revelou um estudo publicado recentemente na Computers in Human Behavior.
De acordo com os pesquisadores, os pequenos acreditaram mais nas respostas dadas por robôs e disseram, num segundo momento, que preferiam que eles fossem seus professores.
Como foi feito o experimento
- Ao todo, os cientistas conversaram com 118 crianças, de 3 a 6 anos de idade.
- Todas elas tiveram que assistir a dois vídeos: no primeiro, uma pessoa indicava os nomes de alguns objetos; já no segundo, um robô fazia a mesma coisa.
- E eram objetos comuns, do dia a dia, e que as crianças conhecem, como uma escova de cabelo, uma bola ou uma boneca.
- Tanto o robô como a pessoa mostrava o objeto e falava o que ele era.
- Em determinados momentos, porém, os dois davam os nomes errados – falavam que uma bola era, na verdade, uma colher.
- Na maior parte das vezes, as crianças perguntavam de novo para o robô e aceitavam a resposta errada como certa.
- Isso foi mais comum entre os menores, de 3 e 4 anos.
- Os maiores de 5 e 6 já desconfiavam mais.
- Na segunda parte do estudo, as mesmas crianças foram indagadas sobre com quem elas gostariam de compartilhar segredos, ser amigas ou ainda ter uma aula.
- Os robôs ficaram ligeiramente à frente.
Conclusões do estudo
Eu fiquei muito curioso em saber por que as crianças tiveram essa preferência pelos robôs. O estudo, porém, não apresenta nenhuma explicação para isso.
A ideia é que sejam feitas novas pesquisas para tentar chegar a uma conclusão. Eu diria que os jovens levaram a sério a história de não falar nem acreditar em estranhos. Como os pais não falaram nada de robôs, aí eles ganharam o prêmio de mais confiáveis… É brincadeira, tá!?
Falando sério agora, os cientistas afirmaram que o estudo mostrou que as novas tecnologias podem atuar como fontes de informação, além dos pais, professores e colegas.
E a verdade é que as nossas crianças estão cada vez mais expostas a isso. Se não a um robô fisicamente, a um chatbot ou à internet mesmo. Devemos entender que elas muitas vezes vão buscar conhecimento nesses lugares e não mais nos tradicionais, onde recorríamos antigamente.
Entender isso vai nos ajudar, como sociedade, a lidar melhor com as novas gerações. E a usar a tecnologia como aliada, não como rival.
As informações são do New York Post.
Roberto (Bob) Furuya é formado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atua na área desde 2010. Passou pelas redações da Jovem Pan e da BandNews FM.
Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
Fonte: Portal Olhar Digital - Bob Furuya, editado por Bruno Capozzi