Como o ChatGPT pode melhorar a inclusão digital
O ChatGPT tem se tornado sinônimo de praticidade. Ferramentas simples com essa IA podem contribuir para a acessibilidade
A rápida evolução das tecnologias de inteligência artificial (IA) generativas, como a utilizada no ChatGPT, tem impulsionado a tendência de incorporar interfaces de voz e IA nos aplicativos, transformando a maneira como interagimos com a tecnologia. Assistentes virtuais populares, como Alexa, Google Assistant e Siri, também têm desempenhado um papel fundamental na popularização dessas interfaces de voz.
As primeiras implementações dessas tecnologias, porém, muitas vezes, decepcionaram os usuários devido à incapacidade de entender adequadamente o contexto e fornecer respostas precisas. No entanto, com o avanço das tecnologias de inteligência artificial generativas e processamento de linguagem natural (NLP), a interação por voz se tornou mais sofisticada e precisa, podendo tornar a experiência do usuário muito satisfatória.
Exemplo prático
A popularidade do aplicativo de mensagens WhatsApp, especialmente no Brasil, aumentou consideravelmente após a introdução da funcionalidade de mensagens de voz. O envio de áudios permite que os usuários se comuniquem de forma rápida e natural, sem a necessidade de digitar mensagens.
O projeto Copilot, da Microsoft, já está sendo usado dentro do Office 365, facilitando a interação com aplicativos como Word, Excel e PowerPoint por meio de comandos de voz. O usuário pode pedir ao “Github Copilot”, que consiste numa inteligência artificial de assistência de código. A aplicação tem como premissa auxiliar com códigos gerados, baseado em trechos de códigos ou comentários. Isso pode contribuir para formatar um documento no Word, criar gráficos no Excel ou adicionar uma transição específica no PowerPoint.
Essa abordagem pode ser estendida para aplicativos de gestão empresarial, onde o “Copilot” poderia ser usado para ajudar os profissionais a acessar informações e executar tarefas específicas apenas usando comandos de voz. Por exemplo, um usuário poderia perguntar: “Quais foram as vendas totais no último trimestre?” e o sistema forneceria as informações solicitadas, sem a necessidade de navegar pelos menus e relatórios.
E no dia a dia?
Um segmento que poderia se beneficiar da interação por voz é o de busca de restaurantes. Usando comandos de voz, os clientes poderiam solicitar ao aplicativo para encontrar um prato específico em um restaurante com boa reputação. Por exemplo, um usuário poderia dizer: “Encontre um restaurante que sirva lasanha vegetariana, que custe menos de 70 reais e tenha pelo menos quatro estrelas”. Graças ao avanço dessas tecnologias, o sistema seria capaz de entender o contexto da solicitação e fornecer resultados relevantes.
Essa evolução rápida na comunicação homem-máquina permite uma experiência de usuário mais intuitiva, natural e eficiente, já que as pessoas podem conversar com aplicativos e solicitar informações ou executar tarefas específicas usando apenas a voz. Isso elimina barreiras e dificuldades que muitas vezes surgem ao usar interfaces baseadas em texto ou toque, melhorando a acessibilidade e a inclusão digital.
Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
Fonte: Portal Olhar Digital - Bruno Capozzi